Queria criar um poema comum,
onde coubessem todas as emoções do mundo,
e que as pessoas o lesse, pensando em suas vidas,
seus amores e suas dores.
Mas meus versos são tão meus,
tão delimitados e encaixados na minha história,
que seria difícil compartilhá-los.
E na minha singularidade
me limito a ser escritora e leitora
dos meus versos egoístas.
Só queria poder partilhar essa tranquilidade que me espreita e
me envolve em seus braços cálidos.
Me leva ao extremo da paz e do medo
das expectativas.
Fico eu a mercê de um destino
que nem sei se é real.
Logo percebo que minhas inquietações
se manifestam em todos.
E meus versos antes tão únicos,
são pedaços iguais da angústia sagrada
que nos encaixa
nos moldes do dia, da poesia, da alegria...
Somos mesmo diferentes?
Ou somos fragmentos do mesmo todo?
Lorena Natália