sexta-feira, 31 de julho de 2009

Sobre a amizade

"E de um momento pequeno, quase parado no ponto, se fez o encanto do meu pensamento que transtornado, encantado e confuso; transformou toda a simplicidade num pedaço eterno de vida lembrada...vida que não se apaga. Naquele seu piscar de olhos, naquele seu sorriso, na piada, na entreolhada... eu encontrei um sentido para viver o resto dos meus dias, e neles ser mais um pouco de mim e do que eu não havia sido até então. Naquela calma dos teus gestos e na distração, eu desenhei sorrisos na minha alma até então machucada pela ausência, não exclusivamente sua, mas também da paz que há tempos fugia da minha alma, talvez impedida pelo maniqueísmo dos meus pensamentos às vezes pessimista. Você nem sabe, não é?! Mas trouxe mais cor à minha vida, cores fortes, quentes, porém discretas... e é isso que o torna importante para mim. "

domingo, 26 de julho de 2009

Sobre o abandono.

A tua ausência transforma em gelo os meus sentimentos, especialmente, quando me ignora, quando me esquece e me troca. Eu fico ali, aprisionada no meu quarto pequeno, esmagada entre as quatro paredes que parecem menores cada vez que eu respiro. Por que você some? Por que se transforma? Por que se ausenta?
E olho milhões de vezes a tela enigmática do celular, como isso trouxesse o seu respirar para mais perto do meu. Para que juntos, nós pudéssemos aproximar as paredes do quarto para que fundissem o nosso corpo. Mas você está aí na tua vida normal que eu entrei e baguncei, mas você logo arrumou. A minha vida não está arrumada não, moço! Você chegou, tirou tudo de dentro dos compartimentos do meu coração, tirou certas lembranças dos lugares especiais e se colocou num lugar que nem eu sabia que existia: um lugar só teu. E eu, com esse coração bobo, frágil como borboleta, me entreguei em tudo que eu era; tudo que já fui. Me rendi por vontade própria sem obrigações, sem armas, sem chantagens e sem ameaças. E isso tem sido o que mais dói, porque eu nem posso culpar ninguém pelo exaspero das declarações que muitas vezes não te falo pelas palavras, mas por esses olhos que te seguem. Vá com teu caminho, teu signo, tua cor e teus personagens para longe desses meus olhos egoístas que te aprisionam e te enxergam em tudo que tem cor. Vá e leve com você, as lembranças que te dei, outrora protegidas entre os meus dedos, que as deixou escorregar para o seu coração. Vá com tudo que é seu e que é você, porque não sabes o quanto me dói ter que te dizer adeus se nem mesmo sei o que leva a tal destino. Mas é que aprendi a amar com você, e logo percebi que o amor implica renúncias generosas que doem e machucam.

sábado, 11 de julho de 2009

Poema singular comum a todos nós

Queria criar um poema comum,
onde coubessem todas as emoções do mundo,
e que as pessoas o lesse, pensando em suas vidas,
seus amores e suas dores.
Mas meus versos são tão meus,
tão delimitados e encaixados na minha história,
que seria difícil compartilhá-los.
E na minha singularidade
me limito a ser escritora e leitora
dos meus versos egoístas.
Só queria poder partilhar essa tranquilidade que me espreita e
me envolve em seus braços cálidos.
Me leva ao extremo da paz e do medo
das expectativas.
Fico eu a mercê de um destino
que nem sei se é real.
Logo percebo que minhas inquietações
se manifestam em todos.
E meus versos antes tão únicos,
são pedaços iguais da angústia sagrada
que nos encaixa
nos moldes do dia, da poesia, da alegria...
Somos mesmo diferentes?
Ou somos fragmentos do mesmo todo?
Lorena Natália