domingo, 26 de julho de 2009

Sobre o abandono.

A tua ausência transforma em gelo os meus sentimentos, especialmente, quando me ignora, quando me esquece e me troca. Eu fico ali, aprisionada no meu quarto pequeno, esmagada entre as quatro paredes que parecem menores cada vez que eu respiro. Por que você some? Por que se transforma? Por que se ausenta?
E olho milhões de vezes a tela enigmática do celular, como isso trouxesse o seu respirar para mais perto do meu. Para que juntos, nós pudéssemos aproximar as paredes do quarto para que fundissem o nosso corpo. Mas você está aí na tua vida normal que eu entrei e baguncei, mas você logo arrumou. A minha vida não está arrumada não, moço! Você chegou, tirou tudo de dentro dos compartimentos do meu coração, tirou certas lembranças dos lugares especiais e se colocou num lugar que nem eu sabia que existia: um lugar só teu. E eu, com esse coração bobo, frágil como borboleta, me entreguei em tudo que eu era; tudo que já fui. Me rendi por vontade própria sem obrigações, sem armas, sem chantagens e sem ameaças. E isso tem sido o que mais dói, porque eu nem posso culpar ninguém pelo exaspero das declarações que muitas vezes não te falo pelas palavras, mas por esses olhos que te seguem. Vá com teu caminho, teu signo, tua cor e teus personagens para longe desses meus olhos egoístas que te aprisionam e te enxergam em tudo que tem cor. Vá e leve com você, as lembranças que te dei, outrora protegidas entre os meus dedos, que as deixou escorregar para o seu coração. Vá com tudo que é seu e que é você, porque não sabes o quanto me dói ter que te dizer adeus se nem mesmo sei o que leva a tal destino. Mas é que aprendi a amar com você, e logo percebi que o amor implica renúncias generosas que doem e machucam.

3 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. "O amor implica renúncias generosas que doem e machucam."

    Poxa Lori... mto sincera a sua reflexão... E vc nos faz pensar na outra face do amor... esse lado que dói, que fere... e que mtas vezes deixa marcas...
    Renúncias... às vezes penso se elas valem msm a pena em função de alguém... e a resposta muitas vezes nem econtro [...]

    Bjaum! ^^

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  3. Graças dou, Lorena,
    mais um lindo escrito!
    A Michelle pinçou uma coisa tão importante que tou até sem graça de comentar.
    como os "oises" me tocam mais que os adeuses, ou ainda, os começos mais que os finais...hehe
    destaco:
    "Me rendi por vontade própria sem obrigações, sem armas, sem chantagens e sem ameaças. "
    Quem vai explicar porque agente age assim, a nossa inconsequencia é a nossa humanidade, sei lá...

    muito eloqüente, dramático, enfim, tudo que eu adoro... você me conhece, sabe bem que é verdade, hehe.

    Bela volta, nunca pare.
    Abraço,
    Lucas

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