Bem, semestre passado eu começei a fazer uma aula de interpretação de contos, em que o professor, no primeiro dia de aula, disse algo que me chamou muito a atenção: ele disse que era para começarmos à observar tudo que está ao nosso redor com mais atenção, prestar atenção nas folhas caindo, na fisionomia das pessoas, Nas árvores, nos sons....enfim...em tudo. Acho que essa foi a maior lição que aprendi nesse curso.
Hoje, sempre quando estou andando, para e reparo nos pés de Ipê que graças à Deus, estão espalhados por toda a cidAde de Brasília,. digo isso porquê se não fossem eles, acredito que essa cidade de concreto parecia cenário de filme de zumbis, mas não...eles pintam o chão de amarelo, roxo e rosa...e me lembra poesia, das mais belas que existem. Voltarei a falar desses mesmos pés de Ipê em outra postagem, pois eles ainda vão render muito assunto. Na verdaDe, o meu foco, é algo que eu tenho que conviver quase todos os dias à caminho da Universidade: o ônibus.
Sempre que entro nele, é estranho, é como se o meu mundo particular, se encontrasse com vários outros mundo em órbitas diferentes. Olho ao redor, vejo tudo e não enxergo nada: homem que está atrasado, a mulher que acaba de se separar, um ninfomaníaco, um pedreiro, um funcionário público, um estudante (ah...os estudantes....sempre eles), uma garota arrumada para um encontro...e eu...com meus pensamentos. Observo a cobradora e vejo que ela parece um atriz de filme de Hollywood que ainda não foi descoberta, mas que pena, estamos na terra dos filmes de realidade, ela não tem chance, mesmo tendo olhos azuis. Fico pensando o que será que essa mulher pensa enquanto fica sentada em um banco, vendo milhares de rostos simplesmente passarem? Não sei, nem consigo imaginar.
Dessa vez fico feliz, deu para sentar, ao lado de um homem estranho, de blusa vermelha. Sento, tento ler alguma coisa, mas lembro que certa vez me contaram que não é bom ler dentro de um ônibus, pois um homem deslocou a retina e ficou cego por isso...eu nem queria ler mesmo! Entra uma mulher de meia-calça preta, estranho...observo...penso...penso em alguém, alguém que geralmente vem à minha cabeça quando estou no ônibus, penso na minha amiga que fará aniversário, no sol e no anuncio publicitário: EU SOU DE LUA. E VOCÊ?...bem a calhar, porque nessa hora eu começo a pensar em mim também, na verdade tenho pensamentos egoístas às vezes, penso na aula de pífano, de violão... no meu futuro...e no porquê de eu ter que estar ali, e não em casa dormindo, escrevendo...sei lá...encontro uma razão sempre para isso...
A viagem parece eterna, passam carros, o Lago Paranoá, prédios, cachorros passeando com suas "mães"...e ops...logo ali eu desço...levanto...olho discretamente para as pessoas e vejo um homem bem bonito de blusa rosa, é um homem lindo no ônibus...no banco mais alto...minha amiga sempre fala que geralmente vê homens dessa espécie, mas eu nunca "viajo com eles"...hoje aconteceu...ele olha pra mim, ou será uma impressão? Não...ele olhou sim, eu vou para a porta e continuo olhando para ele, com a técnica de visão 180 graus, que vi em um filme... daí percebo que ele é só mais um homem, daqueles que olham pra tua bunda quando você passa...pronto...ficou feio...horroroso, desses aí eu encontro a rodo...quero ver algum que seja capaz de definir uma mulher como algo além de um pedaço de carne e ossos...essa espécie é rara. Desço então, com um sorriso no rosto, pensando no quanto a vida é engraçada, no quanto eu sou louca...deixo lá dentro os meus companheiros de destino, e sigo o meu destino, a minha caminhada. O dia passa...e o ciclo sempre recomeça...
Ái, tou lendo tudo, comentando tudo, nem sei se podia ou se devia, de todo jeito...belo post, aaa, nossa vida de estudande, de onibusante, acredite, quem já imaginou o ônibus como um corredor de cipós, onde os macacos se penduram etc, é capaz de te compreender e de gostar desse tipo de reflexão carbônica, hehe...
ResponderExcluirA propósito:
Mulher
s.f. Ser humano do sexo feminino. / Aquela que atingiu a puberdade. / Esposa. / Amásia, concubina. // Mulher à-toa, mulher da vida, mulher pública, meretriz.
O que seria uma "mulher pública", tipo uma praça-mulher? uma mulher socialista?
Think about it...
ê vida...
ResponderExcluirKara, deu pra viajar muito no q vc disse... eu tambem fico reparando dimais no universo alheio enquanto eu to no onibus...
a diferença é q no meu caso os cobradores nao parecem atores nao descobertos, e todo mundo tem um rosto meio indiferente...
enquanto isso minha mente sempre viaja pra tudo quanto é lugar, sempre procurando uma resposta pra perguntas desnecessárias e inúteis... Sei lá, as vezes procurando o q fazer, e as vezes dormindo pra passar o tempo mesmo!
anyway, bom texto^^
Oi.
ResponderExcluirGostei do Blog. Parabéns!
Eiii, pq vc num aumenta um pouquinho a letra? Tah muito pequena e fik ruim para ler. xD
Bjão!
kkkkkkkkkkkkkk³..Verdadee..sempre pensei nisso!Uma viagem no onibus nao?oO..uauhauha!;)..Lindo texto!Beeijus
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